Ela só tem 17, mas se acha a dona do mundo. Apesar de pedir mil conselhos,
não segue nenhum. Quebra a cara, mas sempre dá um jeito de consertá-la. Talvez,
apenas pelo prazer de quebrá-la novamente. Por tempos teve medo de sair do seu
casulo, pois lá era mais confortável. Mas agora que conseguiu a chave para
abrir a porta do seu quartinho cor-de-rosa, ela a segura com todas suas forças
e não quer mais se cercar pelas quatro paredes.
Ela só tem 17. Ainda tem muito caminho pela frente, e por isso não tem
medo de mudar suas escolhas. Por mais difícil que seja para os outros superar o
medo de errar, ela realiza esse feito a todo momento. Não tem medo de viver.
Usa suas desilusões como um motor, e com ele vai atrás de novas desilusões.
Masoquista? Talvez. Ou quem sabe, ela goste de enfrentar bravamente os
sofrimentos porque sabe o quão bom é ser feliz. Faz seus dramas, dá seu show, e
depois segue. Age por impulso. E mesmo sabendo o final de suas histórias, ela
tenta. Tenta apenas pelo prazer de chegar ao final e dizer que estava certa.
Mas pra ela não há nada melhor do que estar errada. Significa que ainda tem
muita pra aprender ao longo do caminho.
Ela só tem 17, e agora é a sua hora de errar. Do seu jeito torto, segue.
Por mais que fale aos outros uma torrente de contradições, ela mesma não se
confunde, porque independente de sua inconstância, ela sabe o que sente. Podem
culpar suas atitudes imprudentes por sua ‘falta de maturidade’, mas quem disse
que ela quer ser madura? Com seu jeito
incontido e incontentável quer apenas esconder sua fragilidade. Não mascara
seus medos, apenas não dedica tempo a eles. Não pensa, age. Não gosta da
perfeição, está em constante mudança, sem objetivos, apenas pela renovação.
Busca a felicidade, que assim como ela, é improvável.
agarotadapraia.tumblr.com
Texto de Amanda Campelo, gentilmente cedido ao Litros e Letras pela autora. Mais textos de Amanda Campelo em http://campelomodeon.blogspot.com.br/
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